Martinho Lutero, e a Reforma da igreja
- M.R.Rodrigues
- 9 de fev. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de mar. de 2019
A Reforma protestante foi provavelmente o quinto maior evento da história até agora, só atrás da criação do mundo (Gen. 1-2), a vinda de Cristo (Jo. 1), sua ressurreição (Jo. 21), a fundação da Igreja (At.2). Sei que pode parecer exagero, mas para mim os principais eventos da histórias são aqueles que o próprio criador do mundo e por fim da história em si enfatiza, e se ele enfatiza creio eu que seja de suprema importância.
Mas o que foi a Reforma? Quem a começou? E por que ela era necessária? Essas são perguntas interessantes e muitas delas podem ter respostas diferentes, mas creio que um contexto geral deve ser dado antes.
Os Humanistas
Depois da Reforma Carolíngia[1], que foi basicamente um renascimento cultural e intelectual que envolveu tanto o âmbito secular quanto o religioso. Houve a queda de Constantinopla um êxodo para o ocidente que levou obras em grego, como as de aristóteles e o NT que criaram o pano de fundo para o Renascentismo e o humanismo.[2]
Alguns dos principais humanistas eram Lourenço Valla, Marsílio Ficino, Desidério Erasmo de Roterdã, João Eck, João Rechlin, João Colet, Guillerme Budé e Sebastião Castellio.[3]
O pensamento deles era de recuperar os clássicos da literatura grega e de certo lado hebraica também (Como João Rechlin) para que estes escritos antes perdidos fossem difundidos de novo na sociedade. John Wycliffe, Pedro Valdo, João Huss, Girolamo Savonalora, entre outros que formaram grupos que afirmavam, ou tentavam afirmar a fé cristã e que foram perseguidos antes de Martinho Lutero pensar em nascer, como por exemplo, os Valdenses[4], Albigenses [5], entre outros.
Se John Wycliffe foi chamado a estrela da manhã da reforma, creio que Martinho Lutero deveria ser ela em todo o seu resplendor, obviamente o que Lutero fez foi na verdade uma obra de Deus mesmo, usando Lutero para começar a maior revolução espiritual e intelectual do Cristianismo.
Romanos 1:17 e Salmos 22:1 são considerados um dos versículos principais para delinear o pensamento inicial que começou a nascer nele, que deveria haver algo a mais em Deus, do que somente esta injustiça que nascia na sua mente, de que por mais que ele confessa-se e se batesse e jejuasse ou orasse ele nunca conseguia a limpeza da consciência que só o Espírito Santo pode dar (Hb. 9:4).
Dia 30 de Outubro de 1517, ele publicou a sua obra, "95 teses", na porta do castelo de Wittenberg [6], Universidade que ele lecionava e era relativamente nova. Sendo Doutor em Teologia e padre ele tinha direito e poder de debater esse assunto e fazendo isso ele estava chamando outros para o fazê-lo.
Rapidamente esses artigos se espalham como praga, praga que não mata homens mais o inferno, Quanto mais ele escrevia mais o papado romano se irava, livros como O cativeiro babilônico da Igreja[7], Um apelo para Nobreza Alemã[8], e Escravidão vontade, formam os principais livros de Lutero e mostram já nessa fase sua quebra com o Catolicismo Romano, e seu abraçar da Escritura como a única fonte da verdade e única regra de fé.
Eu vou escrever com mais detalhes sobre esse assunto ao longo dessas semanas, sinceramente aqui é somente um esboço do escopo geral, sem muitos detalhes sobre a reforma e seus reformadores. Creio que esse assunto é de grande valia para a sua vida, e dos seus filhos e da sua Igreja, se vocês realmente amam a Cristo e amam a sua palavra e a majestade do seu entendimento infinito que se encontram nas páginas das Sagradas Escrituras. Amém.
1. Admonitio Generalis, livro de carlos magno. Dictatus Papae, é um marco de uma presente ideia de que a igreja deveria estabelecer uma "reforma." Se você não souber ler inglês eu traduzo e posto nos artigos do site, só pedir. Lei canônica conhecida como decretum.
2. Os vídeos são da Universidade de Yale, mas estão em inglês, se alguém estiver disposto a traduzir os vídeos dessa parte seria legal.
3. Esses nomes foram tirados do livro "História da Interpretação Bíblica", Gerald Bray, Editora Vida, 2017.
4. Confissão de fé Valdense. Note que a primeira foi em 1120 e tem basicamente a mesma premissa da reforma protestante. Embora se eu fosse você eu pesquisaria mais sobre o assunto antes de contar pra meio mundo. Uma contra nota.
5. The Cronicle of William of Puylaurens: The Albigensian Crusade and its Aftermath.
Shirley, Janet, ed. The Inquisitor's Guide: A Medieval Manual on Heretics. Welwyn Garden City, UK.: Raventhall Books.
Sibly, W.A.; Sibly, M.D., eds. The History of the Albigensian Crusade: Peter of les Vaux-de-Cernay's Historia Albigensis. Suffolk, UK: Boydell & Brewer.
6. Uma breve história de Lutero.
7. Aqui tem ele todo, tenta ler com google translate se você não sabe inglês.
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